05.04

Imprensa

Recuperação de Empresas e Falências

Justiça defere recuperação judicial de grupo agropecuário

A juíza de Direito Anglizey Solivan de Oliveira, da 1ª vara Cível de Cuiabá/MT, deferiu pedido de recuperação judicial solicitado por companhias do mesmo grupo ligado à agropecuária, que juntas, somam dívida de mais de R$ 270 milhões. Com a decisão, a magistrada determinou a suspensão de todas as ações e execuções contra a devedora.

Consta nos autos que um grupo composto por várias empresas ligadas à agropecuária, diante de uma dívida na qual se viram expostas acumularam um passivo de R$ 270 milhões, motivo pelo qual pleitearam a recuperação judicial.

Ao analisar o caso, a magistrada verificou que as "investidas contra o patrimônio do grupo poderiam agravar a situação da devedora, antes mesmo da análise do pedido de processamento da recuperação judicial".

Nesse sentido, a juíza acatou o pedido e determinou a suspensão de todas as ações e execuções contra a devedora, sob pena de multa ao credor que entar receber seu crédito antes dos demais, até a análise do pedido de processamento do pedido de recuperação judicial. 

Por fim, determinou que a empresa responsável não efetue o corte do serviço de fornecimento de energia elétrica e telefônica na unidade da devedora, referente a consumos de energia elétrica e telefônica anteriores ao pedido de recuperação judicial.

Cenário mundial

O advogado Marcelo Hajaj Merlino, representante do grupo, analisou a decisão e destacou a importância das empresas do conglomerado para o desenvolvimento da região centro-oeste: "o grupo atua no Estado de Mato Grosso há quase 40 anos, gerando milhares de empregos diretos e indiretos". 

Ademais, o especialista pontuou o momento de alta nos preços internacionais, a pandemia do Coronavírus e ainda a guerra entre Rússia e Ucrânia como fatores que deixaram muitos frigoríficos em dificuldades.

"O que vemos é a alta constante das commodities, queda no consumo, instabilidade econômica e política, dentre outros fatores que pressionam os empresários."

Nesse sentido, o especialista afirmou que como forma de manter os negócios em atividade, muitas empresas optam pela recuperação judicial. "Desde sua instituição no país, observamos um crescente número de empresários que recorreram a esse instituto para salvaguardar seus negócios. É uma ferramenta extremamente útil, que foi aprimorada ao longo dos anos para literalmente salvar empreendimentos", concluiu Merlino. 

Processo: 1006658-48.2022.8.11.0041

Leia a decisão

Fonte: Migalhas, 04/04/2022.
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