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Ministra da Agricultura pede que fertilizante seja excluído de sanções

Por Rafael Walendorff

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, sugeriu ontem a representantes da ONU e autoridades do continente americano que os fertilizantes sejam excluídos do regime de sanções comerciais, a exemplo do que já ocorre com os alimentos. Ela reforçou a posição contrária do Brasil à guerra entre Rússia e Ucrânia, mas realçou que a imposição de embargos seletivos não pode afetar a segurança alimentar global.

“Reprimir o comércio desses insumos afeta a produtividade do campo, reduz a disponibilidade de alimentos, reforça a tendência inflacionária das commodities e ameaça a segurança alimentar, especialmente de países mais vulneráveis”, afirmou a ministra em videoconferência.

Tereza Cristina pontuou, ainda, que “pressionar pela resolução de um problema [a guerra] não pode causar um problema maior, como agravamento da fome, que já afeta mais de 800 milhões de pessoas no mundo”.

A enviada especial do Secretário-Geral da ONU para os Sistemas Alimentares, Agnes Kalibata, reforçou que o mundo passa por um problema “complexo”, e que a falta de estabilidade dos fertilizantes e os impactos sobre o comércio de alimentos podem afetar milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente em países mais pobres, como os da África. A representante da ONU é de Ruanda e surpreendeu observadores do debate com o comentário direto de alerta - menos conservador que o habitual para essas reuniões.

A sugestão de excluir os adubos de sanções foi apoiada por ministros de diversos países. Já o secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, disse que seu país vai subsidiar a produção interna de fertilizantes com US$ 250 milhões e que buscará a autossuficiência em um futuro próximo. EUA e União Europeia são os responsáveis pela maior parte das sanções à Rússia e a Belarus.

Fonte: Valor Econômico, 17/03/2022.
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