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Agronegócio

Abimaq pede mais recursos para compra de máquinas agrícolas

Por Rafael Walendorff

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Marchesan, afirmou nesta segunda-feira que a modernização do parque de máquinas agrícolas do Brasil depende das condições do próximo Plano Safra 2022/23. Para a principal linha do segmento, o Moderfrota, a entidade pede R$ 32 bilhões em recursos para financiamentos a partir de julho.

Durante a abertura da 27ª edição da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), Marchesan disse que 50% dos equipamentos usados pelos produtores rurais atualmente já têm mais de 15 anos de idade e precisam ser trocados.

O presidente da Abimaq pediu ao ministro da Agricultura, Marcos Montes, presente ao evento, um Plano Safra com juros compatíveis à situação econômica do país. Ele também destacou a necessidade de previsibilidade e segurança na aplicação dos recursos. As linhas equalizadas do Plano Safra 2021/22 estão suspensas desde fevereiro devido ao esgotamento do orçamento do Tesouro.

Agricultores familiares

Além do Moderfrota, a Abimaq sugeriu a destinação de R$ 11 bilhões para a compra de máquinas por agricultores familiares via Pronaf. Para as linhas de inovação e modernização no campo, como Inovagro e Moderagro, a proposta é de R$ 8,15 bilhões.

João Marchesan ainda ressaltou a necessidade de investimentos em armazenagem e irrigação. A sugestão para o Proirriga é de R$ 5 bilhões. Para o PCA, o pedido é de R$ 15 bilhões. "É a ferramenta ideal para atenuar e resolver o déficit de armazenagem de grãos no Brasil", disse.

"A positiva indicação de novo recorde de safra demonstra que o Brasil responde bem à demanda por alimentos, mas pressiona o déficit de armazenagem, próximo de 100 milhões de toneladas, beirando o caos logístico", completou.

O país tem cerca de 740 empresas que fabricam máquinas e implementos agrícolas. O faturamento desse segmento é próximo a R$ 100 bilhões. "Para crescer devemos investir, não há outro caminho", disse Marchesan.

Caixa desafia BB

Também na abertura da Agrishow, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, voltou a desafiar o Banco do Brasil, líder no mercado de crédito rural no país, e disse que a instituição que comanda vai assumir a ponta desse ranking até o fim de 2024.

"Aqui ouvimos várias críticas em relação à Caixa. Ótimo, estou aqui para aprender. Hoje, nós somos só muito ruins. O dia que a Caixa for mais ou menos nós vamos ser o maior banco do agronegócio", afirmou.

De julho até meados de abril, o BB já desembolsou mais de R$ 119 bilhões em crédito rural por meio de linhas e títulos do agronegócio. No sistema de informações do Banco Central consta a liberação de R$ 14,2 bilhões pela Caixa até março de 2022 pelos programas do Plano Safra.

Fonte: Valor Econômico, 25/04/2022.
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